12 de setembro de 2011

Amor, um clichê filosófico

Esses dias li em um dos livros que comprei recentemente um texto que me paralisou. A fala era de Serge Gainsbourg e dizia o seguinte: "Amamos uma mulher pelo o que ela não é; e a deixamos pelo o que ela é".Será que a realidade dos relacionamentos é assim, tão dura e cruel?
Quando nos apaixonamos, idealizamos o parceiro e somos levados a ver apenas as qualidades. Com o passar do tempo, começamos a conhecer os defeitos e, muitas vezes, isso nos leva ao desencanto. Mas se todos os relacionamentos amorosos começam com a paixão, como lidar com essa desilusão?
Já dizia Comte-Sponville que amar alguém pelas suas qualidades é muito fácil, e talvez isso não seja amor, mas amar alguém pelos seus defeitos é muito, muito mais difícil. Amar os defeitos é um ato muito maior, pois envolve não só o amor, mas a compaixão, a generosidade e a compreensão.
Não digo que existe uma fórmula para o amor, pois cada um ama à sua maneira, mas o amor, em um relacionamento, deve ser equivalente, deve ter a mesma intensidade para os dois envolvidos.
E quando isso não acontece, costumamos entrar em uma relação de sadomasoquismo, pois em vez de amor, passará a existir a dor.
E, acreditem, há pessoas viciadas nessa dor.
Então, o melhor a se fazer é seguir em frente, deixar-se doer e sofrer para que no fim de tudo haja uma melhora e surja um espaço para alguém que te ame da maneira como você gostaria de ser amado.
E não é verdade que as mulheres são deixadas pelo que elas são, mas pelo que elas não conseguem transmitir ao parceiro ou, mais ainda, pelo simples fato de que nunca ali existiu qualquer sentimento que não fosse o desejo.

Tenho uma visão romântica sobre o amor, porque eu ainda o idealizo e tenho medo de passar a desacreditar.

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